O trabalho analisa a obra de Sílvio Romero, dando especial atenção à forma como o autor utiliza sua História da Literatura Brasileira como veículo de demarcação cultural da brasilidade. Sua abordagem da literatura nacional teve na mestiçagem o critério legitimador. Neste sentido, seu recorte da literatura funciona como manancial probatório de preocupações que transcendem o âmbito artístico propriamente dito. Através dela, buscava realçar nossa diferenciação identitária diante da ex-metrópole portuguesa. Esta pesquisa explora a configuração teórica deste projeto, perscrutando o espectro de sua trajetória intelectual desde os anos de sua formação na Escola do Recife – onde assimila o pensamento filosófico alemão por intermédio de Tobias Barreto – até os anos de maturidade, com as leituras de Charles Darwin e Herbert Spencer. Toda esta miríade de referências conflui na publicação de sua grande obra, em 1883, onde se destaca o cunho nacionalista de seu pensamento e o tom polemista de sua crítica literária. O autor apresenta influências teóricas variadas que, combinadas num viés intelectual original, político e criativo, darão sentido ao seu principal objetivo: realçar a mestiçagem brasileira como forma essencial de nossa originalidade como nação.
(Resumo do trabalho apresentado no VIII Seminário Internacional de História da Literatura, realizaod na PUCRS, em Porto Alegre - RS, em outubro de 2009).
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